O fã e dublador argentino Ale Graue entrevistou um dos co-produtores do filme Os Cavaleiros do Zodíaco - Saint Seiya: O Começo, o espanhol Miguel Ángel Faura. A entrevista é muito interessante, pois traz revelações importantes sobre o filme e sobre uma possível continuação.
A página CDZVerso fez a tradução e abaixo você confere os principais destaques. Caso queira conferir a entrevista completa, CLIQUE AQUI.
- Miguel, o co-produtor, cresceu assistindo Saint Seiya na Espanha, portanto conhece bem a série e é fã.
- O projeto iniciou em 2015.
- O roteiro final ficou pronto antes da pandemia de 2020.
- Guraad foi criado primeiramente para o roteiro do live-action, como um sócio de Mitsumasa/Alman Kido. Depois, foi adicionado a série 3DCG (lançada pela Netflix em 2019 e que continua hoje na Crunchyroll). Depois da má recepção do personagem na série, e com a entrada de Famke Janssen no papel, decidiram mudar o personagem para a esposa de Kido. A ideia era ter uma antagonista mais terrena e menos mística para este começo.
- A intenção deste filme é ser como um primeiro "Homem de Ferro" deste universo, e aos poucos, em próximos capítulos, adentrar mais na fantasia do mundo de Cavaleiros do Zodíaco.
- Ikki de Fênix inicialmente seria o principal vilão, mas viram que não iriam conseguir ter tempo o suficiente para aprofundar o personagem e todas as suas motivações, pois é um personagem muito complexo. Então decidiram criar Guraad pois seria uma vilã funcional, clara e simples de entender rapidamente. O foco do filme era Seiya e Saori, não o vilão/vilã.
- Existia uma versão do roteiro mais "Oliver Twist", onde Seiya passava todo seu treinamento no Santuário desde pequeno, mas perceberam que teriam se explicar muitas coisas que poderia sobrecarregar o público. Portanto decidiram ir em algo mais simples neste começo, mas respeitando a essência, não sendo literal.
- A intenção era realmente ser um filme mais "pé no chão", e aos poucos trazer e apresentar os elementos mágicos, tanto para Seiya, tanto para o público.
- Diversas versões de roteiro foram feitas e foi traumático deixar os demais Cavaleiros de Bronze fora do filme. Mas viram que não conseguiriam ter tempo e nem dinheiro para destacar, apresentar e aprofundar cada um desses personagens da maneira correta. Portanto o foco foi Seiya e Saori e o valor da amizade está representado nestes dois.
- Em uma versão do roteiro, Ikki de Fênix estava fora do filme, mas tomaram uma decisão contra o orçamento e adicionaram o personagem no filme em prol da história.
- Não conseguiram ter um orçamento maior pois não houve interesse de investidores nos EUA, já que a franquia nunca fez sucesso em países de idioma inglês.
- O projeto foi totalmente produzido pela Toei Animation, sem investimento da Sony Pictures (esta apenas distribui o filme), ou seja, é um filme independente. Toei não poderia fazer uma super-produção de 100 Milhões de dólares sozinha.
- Depois da pandemia, o filme perdeu apoio e investimento da China, que era muito importante, portanto o orçamento do filme diminuiu.
- Mestre Masami Kurumada foi consultado diversas vezes e deu vários palpites na produção e nas armaduras em específico.
- Miguel deixa claro que não sabe muito sobre as decisões da trilha sonora do filme, pois isso foi decidido pela Toei Animation no Japão. Mas ele comenta que houve reuniões com diversos compositores e a Toei escolheu Yoshihiro Iki, por ser japonês e ter a "cara" de Saint Seiya. Miguel ainda diz que em próximos filmes, a Toei pode trazer outros temas originais da série, como fizeram com "Pegasus Fantasy" neste primeiro filme.
- Reforçando o que o diretor do filme, Tomek Baginski, disse anteriormente, Miguel fala que o orçamento deste filme foi bem menor que 60 Milhões de dólares e repete: "Este primeiro filme exclusivamente não custou 60 milhões de dólares". Comenta que não pode dizer para onde que o restante desses 60 milhões foram investidos, se foi para futuros filmes ou não, pois ele enfrentaria problemas com a Toei.
- Na questão de continuações, a produção sabe que a bilheteria deste filme não será um sucesso, pois foi produzido com um orçamento muito "honesto" e a intenção do projeto era de levar o nome da franquia como um live-action para todo o mundo. Miguel comenta que não necessariamente, para ter uma sequência, é preciso ter retorno financeiro da bilheteria.
- Há muitas análises "prematuras", dizendo que a bilheteria é um fracasso ou desastre nas redes sociais, mas para a produção, os 5 milhões de dólares vindos da América Latina é um valor considerado "ok": "Não é genial, mas também não é pouco".
- A produção sabia que enfrentaria "Super-Mário" e "Guardiões da Galáxia" e Miguel diz: "Veremos no que vai dar, mas não, as sequências não necessariamente dependem de um retorno financeiro".
- A produção está nos últimos detalhes para decidir o lançamento na China, e, se isso acontecer, será algo muito bom, pois é um mercado muito importante para Saint Seiya, já que a franquia é super conhecida lá.
- Miguel termina com: "Sejam mais otimistas do que pessimistas a respeito de uma sequência."
- Toei e Kurumada gostaram do filme e tem vontade de continuar com o projeto. O produtor principal da franquia em geral, Yoshi Ikezawa uma vez comentou: "A parte mais difícil seria agora. O maior esforço de financiamento, de história, de romper com moldes, com preconceitos, a maior dificuldade seria com este primeiro filme. E tudo que virá a seguir será maior, melhor, esse orgulho e essa vontade está aí."