Com o painel confirmado para este sábado, 23 de junho, na San Diego Comic Con, o filme Live Action dos Cavaleiros do Zodíaco começa cada vez mais a ganhar espaço na mídia internacional.
A revista Variety publicou ontem, 21 de junho, uma entrevista completa com o produtor internacional do longa, Ikezawa Yoshi, que revelou detalhes importantes dos bastidores do filme.
Segundo ele, há a intenção da Toei Animation em expandir seus negócios a partir do filme "Knights of Zodiac". Como produtora de anime no Japão eles tem um potencial limitado, mas que podem crescer a partir do momento que internacionalizam suas marcas. Para isso já contam com escritórios em diversos pontos do planeta.
Nas palavras dele: "Estamos tentando nos tornar uma empresa de produção de terceira onda, onde nos unimos a empresas chinesas, do Oriente Médio ou europeias e fazemos animações globais, onde a Toei Animation é a ponte para fazer isso acontecer!". Essencialmente, a ideia é atingir o mercado mainstream internacional.
A escolha de Saint Seiya para dar o primeiro passo à produção de live actions se deve, principalmente, ao fato da facilidade de negociação que a Toei tem com Masami Kurumada que, diferente de outras marcas fortes da Toei, tem total controle sobre sua franquia, não sendo necessário ter que passar por editoras para negociar nada.
Ikezawa conta que Kurumada teve preocupação em participar criativamente da produção do longa e em proteger sua propriedade intelecutal. Sendo o agente direto de negociação, sua participação ficou muito mais fácil. Além disso Kurumada já tinha interesse em fazer um filme live action desde os anos 90 (conforme sabemos com o filme Star Storm).
O interesse da Sony veio da grande popularidade que Os Cavaleiros do Zodíaco tem na América do Norte, América Latina, Europa e China, com uma boa base de fãs já estabelecida.
Ikezawa conta que teve certa dificuldade em encontrar os parceiros ideias em Hollywood, Europa e China. Ao longo dos 10 anos de pré-produção, vários acordos foram tentados, sobretudo por conta do valor que precisava ser investido. A parceria da Netflix com o anime em CGI ajudou muito no processo, mas no fim, a Toei preferiu bancar ela mesma o investimento para controlar a produção e os direitos relacionados, que começou com o capital inicial de 60 milhões de dólares (na entrevista ele não conta qual foi o investimento total).
Após 20 roteiros, a Sony se mostrou interessada, escolheram a Hungria como local de filmagens por terem facilitado de impostos e mantido os custos de locação mesmo com a pandemia. A ideia era filmar em 2020, mas tiveram que adiar várias vezes, até conseguirem filmar entre julho e setembro de 2021.
Tim Kwok da Convergence Entertainment foi essencial para o desenrolar, sendo ele que apresentou Tomek Baginski, o diretor do filme, à Toei.
Por fim, o Ikezawa Yoshi disse que ainda não podia revelar os planos de distribuição global, mas que a Toei ficará responsável pelo Japão e China e a Sony pelo resto do mundo, bem como o plano de divulgação e marketing em todas essas praças.
Como a série é bem longa, estão trabalhando com a intenção de produzir uma série com seis filmes, visto a necessidade que o cinema tem por filmes com várias sequências, como Harry Potter, Jogos Vorazes e Marvel. A produção do segundo filme não depende exclusivamente do sucesso do primeiro e sim de um mix de coisas, como o sucesso das animações em 3D. A ideia é começar o segundo filme tão logo que o primeiro começar a ser divulgado de forma mais intensa.
A Toei tem ciência que para o filme dar certo é necessário trabalhar com novos e velhos públicos e acredita que todos verão um trabalho de produção excelente dirigido por Tomek, tanto graças ao excelente elenco, aos roteiristas e à direção de fotografia.
A estreia está prevista para 2023 mesmo, porém a produção dos efeitos especiais está mais demorada devido a gargalos da indústria como um todo.