Depois de dublar as primeiras falas do Radamanthys de Wyvern, Guilherme Briggs resolveu mandar uma mensagem para todos os fãs de CDZ. Confira:
Aos fãs de Cavaleiros do Zodíaco;
Gostaria de compartilhar com vocês minhas impressões sobre meu personagem, Radamanthys e sobre o anime Saint Seiya. Escrevo de forma simples e sincera, sem cerimônia, um papo aberto e descontraído.
Eu assisti acho que tudo que saiu até hoje aqui no Brasil de Saint Seiya (menos os movies, que vou assistir, claro), indo até o episódio 13 da Saga de Hades. Tudo que sei do Radamanthys vai apenas até aí. Mas gostei do personagem, das motivações, do comportamento, é muito interessante. Ele visualmente é muito legal também, muito bonita a armadura de Wyvern. Mas quero mais, quero conhecê-lo melhor, que não fique raso ou limitado a brigas e batalhas, quero saber do passado dele, o que o levou a ser um Espectro de Hades, se ele era uma pessoa que já viveu, se existe algum histórico. Parece que ele tem sentimentos pela Pandora. Eu fiz ele mais agressivo, mais imponente e enérgico do que a gravação original que está aqui no site.
Eu acho muito interessante o pano de fundo de Cavaleiros, a mitologia, as referências, os personagens são muito carismáticos. A fonte do poder deles não está apenas no Cosmo, mas na amizade deles e esse é o carro chefe do enredo todo, o que acho muito bonito e comovente. É emocionante (e muito triste) ver Shiryu vazando seus olhos para poder vencer Algol de Perseu, com seus amigos petrificados por ele. Eu chorei quando assisti esse episódio, de tão forte que foi. Acabei desenvolvendo um profundo carinho pelos personagens e por seu sofrimento, tanto que assisti a fase do Santuário todos os dias com a Fran, minha esposa, direto, um episódio atrás do outro.
Mas com absoluto respeito a vocês fãs e ao autor, e falando como uma pessoa que gosta muito do anime, confesso que sinto falta do Kurumada aprofundar mais a personalidade dos Cavaleiros. Eles entram numa batalha após a outra, não conhecemos muitas vezes seus anseios mais profundos, uma interação maior, mais humana, o dia a dia deles, eles comendo, se envolvendo com outras pessoas, amando, tendo problemas normais...
Achei lindo na fase de Asgard os Guerreiros Deuses terem seus históricos e motivações reveladas, algo parecido como se faz em LOST, com flashbacks. Tudo bem, sabemos que Seiya foi separado da irmã mais velha, que Hyoga tem a mãe congelada, que Shiryu foi treinado pelo Mestre Ancião, que é o Dohko, o Ikki e o Shun são irmãos, é muito legal, mas deveria ter sido aprofundado mais o dia a dia, a rotina deles, as conversas mais íntimas, não apenas um salvando a vida do outro, ação, ação e mais ação. Os personagens tem, como já falei, um carisma espetacular, parece que estão vivos, realmente. Esse é o grande trunfo dos japoneses, aliás... Nos mangás eles conseguem mergulhar na alma mesmo, algo pouco explorado aqui no ocidente. O potencial é ENORME, Cavaleiros poderia ter sido ainda melhor do que é e não ficar muitas vezes somente em batalhas recheadas de golpes e estratégias... É minha maior crítica a obra, com toda sinceridade. Estou torcendo para que mais sagas sejam feitas, mas que um histórico seja paralelamente construído também, para ocorrer uma humanização mais profunda, deixando Cavaleiros ainda mais completo, rico e mais vivo.
Um grande abraço com todo carinho a todos os fãs;
Guilherme Briggs