Hoje tivemos a oportunidade de assistir a versão dublada do filme Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário, cuja estreia acontece nos cinemas de todo o Brasil no dia 11 de setembro de 2014, com distribuição da Diamond Films. Como já tínhamos feito uma análise após a estreia no Japão em junho, resolvemos fazer outra agora (e sem spoilers, tentativa), afinal ver o filme dublado em nosso idioma e com os dubladores clássicos é muito melhor!
Reiteramos que, antes de mais nada, o fã precisa ir no cinema de mente aberta, já que trata-se de um reboot. Não vá assistir o filme esperando uma trama 100% igual ao original do mangá ou mesmo do anime. Há mudanças importantes em algumas lutas e nas características de alguns personagens. Se o fã conseguir superar isso antes de pisar na sala do cinema e durante o filme, vai se divertir muito mais.
Sim, o filme diverte e muito. Posso ser suspeito para falar, por ser extremamente fã da série, mas eu adorei o fato do filme ser um mix de aventura (com boa dose de humor) e ação. Por que eu acho isso? A resposta é simples: na minha opinião, desta forma, a Toei Animation vai conseguir angariar um público novo para a série e pode até fisgar um pouco do público infantil, apesar de que essencialmente o filme foi feito para quem já é fã ou conhece o mínimo da história, ou seja, hoje em maior parte os fãs adultos.
Com relação a história, enumerei vinte passagens/pontos importantes do filme (não vou citar quais são pra evitar o spoiler) e apenas dois me incomodaram profundamente (um diz respeito ao que deveria ser a casa do zodíaco mais sombria e o outro com relação a participação inexpressiva do mais belo cavaleiro). Fãs ferrenhos de alguns personagens específicos, tanto de bronze quanto de ouro, podem se incomodar um pouco mais em outros momentos específicos do filme, mas ai vai de cada um.
A Lenda do Santuário possui 93 minutos (1 hora e meia). É pouco para contar toda a história das Doze Casas? É, mas eu acho que foi bem contada. Em certos momentos dá a sensação de uma história sem profundidade, mas sinceramente não me incomodou, mas sei que vai incomodar alguns fãs. Vale citar que 10, 20 ou 30 minutos adicionais tirariam todo o incômodo que tive com um dos itens citados acima.
A trilha sonora nos momentos de luta intensa, assim como aconteceu quando assisti a versão japonesa, me pareceu muito repetitiva. Comprei o CD musical, lançado tempos atrás no Japão, e pude constatar que algumas faixas são parecidas mesmo.
A qualidade gráfica e das animações é de cair o queixo. Sem sombra de dúvidas o investimento milionário da Toei Animation se justifica aqui. Fluidez nas animações, perfeição nos rostos, nas cenas de luta, tudo, absolutamente tudo funciona neste quesito e é lindo de se ver. Só por isso já valeria a pena ir no cinema duas vezes. Sai do cinema querendo comprar o Blu-Ray o quanto antes.
As armaduras são muito bem feitas na minha opinião. Algumas são diferentes, obviamente, mas entendo que foram necessárias mudanças por causa do estilo adotado no filme todo. Gostei que as pancadas são pancadas de verdade, os cavaleiros apanham, voam longe e a destruição nas Casas do Zodíaco e no Santuário rola solta, embora não exista sangue no filme. O filme é classificado como livre e achei isso justo e digno.
A dublagem merece uma menção honrosa. Trabalho primoroso da Dubrasil. Ouso a dizer que foi o melhor trabalho do estúdio de todos os tempos. A mixagem está bem afinada, no ponto certo. Gostei muito da dublagem do Hermes Baroli (Seiya), afinal o personagem exigiu isso dele. Outros dubladores que gostei muito são Leticia Quinto (perfeita como Saori) e Luiz Antônio Lobue (Aiolia de Leão). Não que não tenha gostado dos outros (o medo que alguns tinham de que as vozes dos dubladores clássicos não se encaixariam bem neste novo tipo de animação eu não tive e comprovei que tudo funcionou bem neste sentido vendo o filme), mas estes três pra mim ficaram acima da média. Com relação as duas vozes novas, vou me dar o direito de não dar opinião até que todo mundo já tenha assistido o filme (não me julguem achando que isso quer dizer que não gostei). De qualquer forma, fiz questão hoje de mandar uma mensagem para os dois dubladores, Silvia Goiabeira (Milo de Escorpião) e Mauro Castro (Camus de Aquário), dizendo exatamente o que achei. No momento vou me reservar a isso!
Em diversos momentos do filme deixei o meu lado de fã aflorar e fiquei arrepiado, principalmente nas principais batalhas. Há momentos de emoção (médio) e há momentos onde os ensinamentos da série estão presentes (poucos). Amizade é o foco sempre! Pelo tempo de duração do filme acho que não tinha mesmo como ir mais adiante do que isso.
Resumindo: o filme diverte bastante, quero ir de novo no cinema (terei a chance na pré-estreia do dia 2) e faço questão de pagar e ir ver novamente após o dia 11. Está longe de ser o melhor filme do ano ou o melhor filme de todos os tempos, mas acho que ele representa muito bem a série e os fãs. Vá ao cinema, se deixe contagiar pelo lançamento do filme e pelos 20 anos da série no Brasil, a serem comemorados no próximo dia 1. Queime o seu cosmo mais uma vez e verá que pode se surpreender. Eu sai do cinema com um sorriso no rosto (e com a música Hero, tema oficial do filme, umas duas horas na minha cabeça ainda rs).
Ah, ponto também para a Dubrasil ao ter feito a animação do logo em português e pelos créditos em português no final também. Não se esqueçam que tem uma cena extra após os créditos completos, embora eu acho que essa cena só faz sentido para os fãs japoneses, mesmo sendo engraçadinha.
Notas:
Nota Geral: 9.5 (o 0.5 a mais com relação a nossa análise da versão japonesa é mérito total da dublagem brasileira)
Trilha Sonora: 7 (não tem jeito, a trilha pra mim é repetitiva demais)
Animação: 10 (com louvor)
História: 8 (essa nota eu não tinha dado antes, então fica o registro agora)